Pioneiros do jornalismo científico na América Latina

Os atores sociais latino-americanos que estiveram ligados à Asociación Iberoamericana de Periodismo Científico (AIPC) são tema de novo artigo publicado na revista Sobre jornalismo.

A Asociación Iberoamericana de Periodismo Científico (AIPC) foi uma das primeiras associações internacionais de jornalistas científicos, fundada em 1969, que desempenhou um papel crucial na profissionalização do campo na América Latina, promovendo cursos, congressos e facilitando a conexão entre jornalistas. Os autores do artigo buscaram traçar uma biografia coletiva dos atores sociais latino-americanos que estiveram ligados à AIPC.

A partir da análise do acervo pessoal de uma das principais lideranças da AIPC, o jornalista espanhol Manuel Calvo Hernando, foi estabelecida uma lista de 57 indivíduos de 16 países. Foram observados dados como data de nascimento, gênero, formação acadêmica, jornais para os quais trabalharam, produção científica, produção sobre divulgação científica, orientação política, entre outros. Relacionando com os processos vividos no jornalismo, na ciência e na divulgação científica, os autores buscaram apresentar as principais características do grupo que estruturou o jornalismo científico como profissão na região.

Os resultados mostraram que a maioria dos primeiros jornalistas científicos latino-americanos migrou de carreiras em ciências, medicina e humanidades para o jornalismo, mantendo conexões com instituições acadêmicas e sociedades científicas. Alguns também atuaram no ensino universitário e produziram material teórico sobre jornalismo e divulgação científica. Além disso, foi observado que nos primeiros anos da AIPC, a maioria dos jornalistas já estava em etapas avançadas de suas carreiras. Já os mais jovens eram egressos de cursos de Jornalismo ou Comunicação, refletindo a transição para uma formação mais especializada na área.

O grupo era composto majoritariamente por homens, refletindo o predomínio masculino no jornalismo e na ciência na região. Os autores constataram que, no entanto, ao longo do tempo, os congressos da AIPC passaram a contar com uma participação crescente de mulheres. Esses resultados contribuem para uma compreensão mais ampla do processo de profissionalização do jornalismo científico na América Latina, destacando as dinâmicas que moldaram o campo em seus primeiros anos.

Leia o artigo aqui.

Imagem: Jornalistas da AIPC em reunião da direção da Asociación – 1976.

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