Pesquisadores do Instituto Nacional de Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia (INCT-CPCT), sediado na Fiocruz), estão investigando como a desinformação em saúde circula e afeta grupos sociais em situação de vulnerabilidade – comunidades indígenas, quilombolas e pessoas idosas e professores com foco em dois temas centrais: vacinas e saúde mental. Os pesquisadores querem entender de que forma esses grupos acessam conteúdos sobre saúde e quais impactos a desinformação gera em suas vidas e comunidades.
Atualmente, mais de mil comunidades indígenas, quilombolas e ribeirinhas estão conectadas à internet, segundo o projeto Conexão Povos da Floresta. Esse avanço ampliou o acesso à informação, mas também pode favorecer a disseminação de conteúdos falsos nesses territórios.
Segundo a pesquisadora Luisa Massarani, coordenadora do estudo, a vacina foi escolhida como tema por causa de seu histórico de alta adesão no Brasil e por conta do impacto da desinformação na percepção pública em relação aos imunizantes durante a pandemia. A saúde mental foi incluída por ser um tema que ganhou visibilidade nos últimos anos.
“Percebemos que há uma lacuna no debate sobre desinformação em saúde entre populações em situação de vulnerabilidade social, principalmente os povos originários”, afirma Massarani. “Este projeto visa ajudar a preencher esse vazio com escuta qualificada, dados sólidos e respeito aos territórios”, diz.
A pesquisa está sendo desenvolvida em parceria com lideranças indígenas e quilombolas, que participam da concepção do projeto. Serão realizadas entrevistas individuais e grupos focais em cinco territórios: entre os povos Baniwa (AM), Canela (MA) e Potiguara (RN), e em comunidades quilombolas da Bahia e do Piauí. Conta com a parceria de diversas instituições, entre elas a Universidade de Laval (Canadá) e as brasileiras UnB, UFRN, UFRJ, UFMG e UFPA.
Estão previstas também entrevistas on-line com professores das cinco regiões do país e encontros presenciais com pessoas idosas em locais de convivência.
Como parte das ações do projeto, foi realizado, em abril, um encontro online que reuniu lideranças indígenas e quilombolas de diferentes regiões do país e está disponível no Facebook da Casa de Oswaldo Cruz.
Para saber mais sobre o estudo, confira o novo vídeo do canal Humanamente:
Ficha técnica
Roteiro, produção, edição e apresentação: Paulo Bellardi
Edição executiva: Washington Castilhos
Coordenação geral: Luisa Massarani
Imagem da capa: Conexão Povos da Floresta