As intervenções projetadas para reforçar atitudes pró-ambientais relacionadas às mudanças climáticas são tema de novo artigo publicado no periódico Trends in Psychology.
Os autores avaliaram sistematicamente a eficácia e os potenciais vieses dessas intervenções.
Utilizando a ferramenta de risco de viés Cochrane para ensaios clínicos randomizados (RoB-2), os autores avaliaram 12 ensaios clínicos controlados e randomizados (ECCRs) recuperados de sete bancos de dados.
Os resultados revelaram que não houve um único desenho ou método de intervenção que se tenha revelado claramente o mais eficaz. Todos os ensaios, exceto um, apresentaram alguma preocupação ou alto risco de viés, sugerindo uma possível ligação entre a predominância de intervenções com efeito pequeno ou inexistente e a presença de vieses. A análise destaca dois vieses prevalentes: seleção e instrumentação. Descobriu-se que esses vieses comprometem a precisão de muitos estudos, exigindo pesquisas futuras para controlar esses fatores.
De acordo com os autores, os designs de pré-teste/pós-teste, juntamente com o estabelecimento de pontos de corte claros para níveis de atitudes em mudanças climáticas, podem ajudar a mitigar o viés de seleção.
Além disso, a adaptação de instrumentos psicometricamente sólidos para medir as atitudes em relação a mudanças climáticas é essencial para reduzir o viés de instrumentação. Quatro desses instrumentos foram identificados, oferecendo oportunidades promissoras para medições mais confiáveis em estudos futuros.
Foi observada também uma predominância de estudos baseados em países de alta renda, particularmente os EUA, o que reforça a necessidade de futuros ECCRs avaliarem intervenções em populações de baixa e média renda. De acordo com os autores, de modo geral, embora ainda existam desafios na concepção de intervenções eficazes, a integração dessas recomendações pode aumentar a precisão e a generalização de futuras intervenções sobre atitudes em relação às mudanças climáticas.
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